sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A MORTE

Morte, hó morte! Porque tu és tão forte que matas o gato, o rato e o homem? Tu sempre vens, mesmo contra a vontade a nossa vontade.  Vem, se apóia e faz sua morada sendo a resposta mais fiel para a vida.
Uma aluna pediu-me que escrevesse alguma coisa sobre a morte. Mais especificamente sobre o porque morremos. A princípio pensei no que escrever, como explicar a morte. Porém, achei conveniente falar sobre a vida. Falar da morte é difícil, tratá-la como atributo da vida, nem tanto, considerá-la inevitável, impossível, viver na certeza de encontrá-la é refletir sobre o sentido da existência.
A vida é a arte da existência que nos é concedida como puro dom de Deus. Ela contém a energia que pulsa na pessoa o estado de ser, de existir, de ter além de um corpo. É a alma, o espírito e o corpo juntos. A vida é a grandeza da existência.
Sendo a vida essa realidade, ela tem a morte do corpo apenas como atributo. Ela não poderia deixar de existir e a morte do corpo ser a sua aniquilação. A vida é dom eterno e a morte é o contrário da vida. Sendo assim, a morte é nada mais nada menos que uma etapa necessária da vida da vida que por um determinado tempo passa a ser temporal em um corpo.
A vida é necessariamente muito superior ao corpo. Esse é finito, enquanto a vida como dom é infinita.
Se tentarmos responder o porquê da morte, descobriremos que o fato de existir implica o fim do corpo (atributo da vida). Morremos porque existimos. Encontramos com a morte porque ela existe. O corpo para porque é finito. A morte existe porque existe a vida.
Não adianta tentarmos fugir da morte. Ela virá com certeza. De manhã, à tarde ou a noite, ela virá. Mas não conseguirá levar além do corpo. A ela, só isso pertence.
Damos a ela o que lhe pertence. E ficamos com o que é dom de Deus para devolver-lhe.