quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A dor da perda






Certa vez fui ao velório de um amigo. Sou muito amigo de toda a família. Um jovem, 22 anos, estudante de agronomia, feliz com a vida ... tudo para ser bem feliz. De repente um acidente de trânsito interrompe os sonhos. A mãe do jovem, desesperada, me abraçou e perguntou: "por que isso aconteceu padre?". Não tive e não tenho resposta. Apenas sei que a vida é dom de Deus e Ele nos ama na alegria e no sofrimento.
Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca.
A dor é fenomenal, incrívelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua. E a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo, que fazem cambalear e entontecer o espírito.
A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida.
Os olhos olham mas nada vêem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreenssão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó.
E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Robotizamos o corpo e caminhamos, perdidos e anestesiados de lá prá cá, de cá prá lá, desnorteados, confundidos, atordoados e completamente perdidos de nós mesmos. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis.
Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais. Impossível de se carregar solitariamente.
Por isso, por tudo isso, havemos de buscar forças para suportar a dor da perda, por mais profunda, pungente e dolorida que seja, por mais aterradora e insensível...
Havemos de nos resguardar da dor, de acordar e lutar para viver, mesmo a alma em soluços, mesmo que o espírito, anestesiado pela dor, perca a vontade de lutar e continuar a viver... havemos de nos resgardar da dor no alento dos braços do amor, que é o único que torna possível tudo, por ele, com ele, suportar...
uma mãe que perde um filho jovem, um filho que perde os pais já em tenra idade, ou mesmo um aborto espontâneo ... perda ... é uma perda que nos faz sofrer. Osofrimento deve nos fazer crescer e amadure cer para o sentido da vida. Pois, todos, ou sofremos ou iremos sofrer com as perdas. precisar estar preparados e nos confortar que a vida não pertence a nós; ela é dom de Deus e a ele entregamos os dons que recebemos

À você, que hoje lembrou e chorou a uma perda ... lembre-se ... Jesus tmbém teve perdas (chorou a morte de seu amigo Lázaro - Jo11,33), mas conduziu sua vida. Nos ensinou que além da dor pela perda, está a alegria de viver em Deus. Que Deus lhe conforte na dor da perda. Que você saiba ganhar em Deus  sentido para a vida. 


Reze o salmo 138 e tenha Deus como Pai. Nos ama e nos conforta na dor.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A alegria vem de Deus


Podemos optar por nos regozijar na vida, ou podemos optar por sermos mal humorados.
A tristeza é uma emoção válida. Há um lado sinistro em cada um de nós.
Ao optar pela alegria, não estamos negando a existência ou o valor do sofrimento.
Estamos apenas optando por não habitarmos nele emocionalmente. A alegria é mais do que a felicidade.
A felicidade é dependente de circunstâncias externas. A alegria se enraíza não no exterior, mas no interior.
A alegria está enraizada na convicção de que a vida é boa, que você é bom e que ambos possuem capacidade de melhorar.

Opte pela alegria hoje. Opte por se perceber como uma pessoa alegre.

Você tem poder para ser assim... Independente das dificuldades que você encontrar.

Seja feliz e viva a alegria interior!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Semana da família



“Nessa semana, entre os dias 8 a 15 de agosto, a Igreja está vivenciando a semana da família. É um convite para celebrarmos os valores divinos em nossa família para revigorarmos o amor e a integração familiar ressaltando as virtudes e valores da família.

 Disse o presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, dom Orlando Brandes:
“Queremos criar cada vez mais a tradição da Semana Nacional da Família, nas dioceses e nas paróquias de todo o Brasil. Fazer com que as famílias possam refletir sobre os temas, não somente na Semana Nacional, mas todos os dias”.
Durante a semana, as paróquias trabalharão o tema de acordo com o livro “A Hora da Família 2010”.  O livro traz roteiros para celebrações nos lares, nos grupos e escolas.

Leve a sua família a celebrar em Deus os dons recebidos e peça a graça de viver em família a santidade que Deus oferece

Vocação

Vocação é chamado. Deus chama:

à vida
ao amor
à santidade
ao serviço

Primeiramente Deus nos convida a viver dignamente (Jo. 6,6). Com a dom da vida, acolhermos as graças oferecidas para sermos pessoas realizadas e felizes.

Ele nos chama ao vivermos a pratica do amor. Não basta apenas viver, é preciso amar.

Ele nos chama à santidade. Vivendo no seu amor e praticando seus mandamentos, iremos encontrar a santidade oferecida (Mt. 5,48).

Ele ainda nos chama ao serviço. Seja para constituir família, viver exclusivamente para Deus ou para doar a vida por uma missão, todos os cristãos possuem uma vocação. É o chamado do Pai, cuja finalidade é a realização plena da pessoa humana. É um gesto gracioso do Senhor que visa a plena humanização do homem. É dom, graça, eleição cuidadosa, visando a construção do Reino dos Céus. Para compreendermos em profundidade o significado dessa iniciativa divina, precisamos fazer a distinção entre: Vocação Fundamental e Vocação Específica.
Vocação Fundamental: Entendemos por vocação fundamental o chamado de cada pessoa à vida, a ser Filho de Deus, a ser cristão, a ser Igreja. É um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades. As vocações específicas derivam da vocação fundamental.

Vocação Específica: Entendemos por vocação específica a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental, como leigo, sacerdote ou religioso. As vocações específicas são três: laical, religiosa e sacerdotal.

Deus quer fazer sua vida feliz. Responda ao chamado que Ele lhe faz.


Liturgia

Liturgia




Definição

A definição do termo Liturgia é recente no Ocidente. Pouco encontramos antes do séc. XX. Foi a partir do XIX que artigos e livros sobre Liturgia começaram a ser redigidos e chegaram ao alcance do povo que não tinham aceso ao conhecimento dela. Mas um pouco antes, no séc. XVIII, “a Liturgia recebeu os termos que teria o seu sentido atual, designado assim o conjunto dos atos do culto da Igreja”. Esses termos são sacrifício da paixão de Cristo e Memória de Sua salvação.

A definição no Oriente surgiu também no séc. XIX quando artigos e livros sobre Liturgia começaram a ser redigidos. Mas a sua vivência é muito mais antiga. Ela surgiu já com os Apóstolos vivendo e anunciando Jesus Cristo ressuscitado (Atos 2,42-47). A Liturgia começou a ser vivenciada antes de ser definida.

A palavra Liturgia (litourgia), significa o serviço ou a ação de uma pessoa ou de uma equipe em favor de uma comunidade, de um povo. Ação em favor do bem comum. Leitourgia é a palavra grega que significa liturgia. Ela provém da composição de laós (povo) e érgon ( trabalho, serviço.

Desde o inicio do Movimento Litúrgico (1909), os liturgistas se esforçaram para chegar a uma definição de Liturgia tentando resumir sua natureza e essência. Essa tentativa perdurou até o Concilio Vaticano II (1962-1965), e foi uma tarefa árdua, pois a Liturgia sempre foi uma realidade difícil para definir pela sua grandeza e vivacidade. Ela é profunda e difícil de ser explicada com palavras; e o Movimento Litúrgico arriscou uma definição que o Papa Pio XII reconheceu os esforços desenvolvidos na encíclica Mediator Dei – 1947. “Liturgia é a celebração dos mistérios, na qual o “mistério primordial” Jesus Cristo, se torna presente com sua ação salvifica como portador de salvação” (2).

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) define como uma “obra pública” (1069).

Em 1962 veio o Concilio Vaticano II e com ele surgiu novas luzes para a Liturgia e para a sua ação pastoral.

No dia 04 de dezembro de 1963 foi promulgado o documento Sacrosanctum Concilium, ele trata especificamente da Liturgia. Ela passou a ter seus princípios e regras sob um olhar evangelizador com a presença do leigo. Também se arriscou uma definição, a qual não houve liturgista que não concordasse: “Liturgia é o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo mediante sinais sensíveis, é a santificação do homem e é exercida no culto publico” (SC. 7).

A Liturgia, porém, é um sinal sagrado e é constituída pelos sacramentos. É uma manifestação de oração em que os membros da Igreja permitem-se encontrar com Deus. É a oração que chega até Deus e ao mesmo tempo um caminho para Deus chegar até o homem.

Para melhor definirmo-la, vamos esclarecer seu aspecto civil e religioso:

Liturgia no aspecto civil:

Definição que era feita pelos gregos na antiguidade. A liturgia era um Serviço feito para o povo ou prestado diretamente para o bem comum. Ex: a construção de uma estrada, de uma praça, um mutirão comunitário, um jovem que ia defender a pátria ... era uma liturgia, pois estava prestando um serviço para o povo. Um grupo se põe a organizar uma festa, estava fazendo liturgia, prestando um serviço para o povo.

Liturgia no aspecto religioso:

Referia-se ao culto que os antigos sacerdotes prestavam a Deus em nome do povo, nas montanhas ou no templo. Também era um serviço para o povo. Era pessoas escolhidas para esse serviço. Zacarias, pai de João Batista, era um Liturgista (Lc 1,21-23).

No Primeiro Testamento referia-se ao culto que os sacerdotes prestavam a Deus como um encontro cúltico público entre Deus e o povo. A palavra Liturgia, ainda não existente, designava o serviço de Deus ao povo e a resposta desse a Deus.