terça-feira, 10 de agosto de 2010

Liturgia

Liturgia




Definição

A definição do termo Liturgia é recente no Ocidente. Pouco encontramos antes do séc. XX. Foi a partir do XIX que artigos e livros sobre Liturgia começaram a ser redigidos e chegaram ao alcance do povo que não tinham aceso ao conhecimento dela. Mas um pouco antes, no séc. XVIII, “a Liturgia recebeu os termos que teria o seu sentido atual, designado assim o conjunto dos atos do culto da Igreja”. Esses termos são sacrifício da paixão de Cristo e Memória de Sua salvação.

A definição no Oriente surgiu também no séc. XIX quando artigos e livros sobre Liturgia começaram a ser redigidos. Mas a sua vivência é muito mais antiga. Ela surgiu já com os Apóstolos vivendo e anunciando Jesus Cristo ressuscitado (Atos 2,42-47). A Liturgia começou a ser vivenciada antes de ser definida.

A palavra Liturgia (litourgia), significa o serviço ou a ação de uma pessoa ou de uma equipe em favor de uma comunidade, de um povo. Ação em favor do bem comum. Leitourgia é a palavra grega que significa liturgia. Ela provém da composição de laós (povo) e érgon ( trabalho, serviço.

Desde o inicio do Movimento Litúrgico (1909), os liturgistas se esforçaram para chegar a uma definição de Liturgia tentando resumir sua natureza e essência. Essa tentativa perdurou até o Concilio Vaticano II (1962-1965), e foi uma tarefa árdua, pois a Liturgia sempre foi uma realidade difícil para definir pela sua grandeza e vivacidade. Ela é profunda e difícil de ser explicada com palavras; e o Movimento Litúrgico arriscou uma definição que o Papa Pio XII reconheceu os esforços desenvolvidos na encíclica Mediator Dei – 1947. “Liturgia é a celebração dos mistérios, na qual o “mistério primordial” Jesus Cristo, se torna presente com sua ação salvifica como portador de salvação” (2).

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) define como uma “obra pública” (1069).

Em 1962 veio o Concilio Vaticano II e com ele surgiu novas luzes para a Liturgia e para a sua ação pastoral.

No dia 04 de dezembro de 1963 foi promulgado o documento Sacrosanctum Concilium, ele trata especificamente da Liturgia. Ela passou a ter seus princípios e regras sob um olhar evangelizador com a presença do leigo. Também se arriscou uma definição, a qual não houve liturgista que não concordasse: “Liturgia é o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo mediante sinais sensíveis, é a santificação do homem e é exercida no culto publico” (SC. 7).

A Liturgia, porém, é um sinal sagrado e é constituída pelos sacramentos. É uma manifestação de oração em que os membros da Igreja permitem-se encontrar com Deus. É a oração que chega até Deus e ao mesmo tempo um caminho para Deus chegar até o homem.

Para melhor definirmo-la, vamos esclarecer seu aspecto civil e religioso:

Liturgia no aspecto civil:

Definição que era feita pelos gregos na antiguidade. A liturgia era um Serviço feito para o povo ou prestado diretamente para o bem comum. Ex: a construção de uma estrada, de uma praça, um mutirão comunitário, um jovem que ia defender a pátria ... era uma liturgia, pois estava prestando um serviço para o povo. Um grupo se põe a organizar uma festa, estava fazendo liturgia, prestando um serviço para o povo.

Liturgia no aspecto religioso:

Referia-se ao culto que os antigos sacerdotes prestavam a Deus em nome do povo, nas montanhas ou no templo. Também era um serviço para o povo. Era pessoas escolhidas para esse serviço. Zacarias, pai de João Batista, era um Liturgista (Lc 1,21-23).

No Primeiro Testamento referia-se ao culto que os sacerdotes prestavam a Deus como um encontro cúltico público entre Deus e o povo. A palavra Liturgia, ainda não existente, designava o serviço de Deus ao povo e a resposta desse a Deus.

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